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TRILHARES

Simbiogenese significa “fazer-com”. Nada se faz por si só; nada é realmente autopoiético ou auto-organizado ...os seres da Terra nunca estão sós. (Donna Haraway)

Trilhares é uma performance intergeracional itinerante que foi criada em 2024, através da parceri dos 4 integrantes da Cia. (Alex Ratton, Clara Gouvea, Laila Padovan e Ciro Godoy) com 12 artistas convidades, com idades que variaram entre 9 a 79 anos de idade,  durante o Projeto Tempos em Partilha: afetos entre corpo e cidade, contemplado com o Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo. Tempos em Partilha nasceu do desejo de dar continuidade aos processos de criação intergeracionais iniciado em nosso projeto anterior, Cidade Temporal (2020/2021). Em Cidade Temporal, já havia o interesse de investigar as relações com a cidade entre diferentes gerações. No entanto, devido à pandemia do Covid-19 tivemos que realizá-lo de modo online, redimensionando as experimentações das ruas para os espaços das nossas casas e arredores. 

Em Tempos em Partilha, nos lançamos a refletir e vivenciar sobre como é possível habitar a cidade de maneira crítica e criativa, buscando trazer para essa reflexão habitantes da cidade de diferentes faixas etárias (crianças, adolescentes, adultos e idosos), criando conjuntamente uma obra cênica de dança intergeracional fruto do encontro dessas pessoas de diferentes idades com a cidade. Através de uma Residência Artística Intergeracional, promovemos o reencontro entre participantes do projeto anterior (Cidade Temporal), mas dessa vez de maneira presencial, resgatando os laços afetivos criados e buscando aprofundar as enriquecedoras pesquisas ali desenvolvidas, seus temas, materiais criativos e inquietações.

Nós da Cia. juntamente com 12 pessoas convidadas de diferentes faixas etárias e localidades da cidade – Sumiko, Cilô, José, Stela, Maju, Vicc, David, Ana Beatriz, Joana, Pedro, Olga, Tito – formamos este grupo de criação intergeracional. É importante dizer que este coletivo, além da diversidade de idades, contou com pessoas que vivem em regiões diferentes da cidade de São Paulo, da comunidade lgbtqia+, de origens raciais, sociais, culturais diferentes, pessoas atuantes e não atuantes nas artes cênicas, constituindo um grupo heterogêneo e diverso. Durante o projeto Tempos em Partilha, nossa casa-cidade foi o CCSP (Centro Cultural São Paulo).  Tivemos o convergente encontro com a equipe da Ação Cultural que acolheu o projeto como um todo e sensivelmente abriu os braços para que todas as suas ações acontecessem no CCSP: ensaios, oficinas, rodas de conversa, mostra de videodanças, temporada de apresentações. 

Assim, criamos Trilhares, uma performance itinerante em dança relacional e contextual, que ocupou diferentes espaços do Centro Cultural São Paulo. Nossas pistas neste trajeto foram seus jardins, lugares onde plantas, arquitetura e pessoas estão juntas. Espiralamos espaços e tempos para encontrar nossas danças. As diferentes temporalidades de cada geração – crianças, adolescentes, adultos e idosos – se manifestaram entre jogos, brincadeiras, coros, densidades, delicadezas. O passeio pelos espaços do CCSP revelou a dramaturgia espacial que falou sobre as qualidades de nossos encontros, sobre cumplicidades, afetos, tensões e desejos. 

O que estamos a fazer aqui, é fazer partilhas. 

Em tempos estranhos, difíceis, duros, nossos tempos de existência/vida diferentes coexistem, se encontram. 

A cidade não tem espaço para a diversidade, a pressa atropela, machuca. 

Sentimos o concreto tensionar os corpos, os lugares cheios de controles e vigilâncias, mas entre frestas, fissuras, subversões nos encontramos. 

Dançamos, comemos, tocamos, rimos e choramos juntes, 

Entre as complexidades de entender cada tempo, cada ritmo, construímos novas temporalidades. 

A espiral que nos guia neste espaço, olha para o passado, vive o presente, lança o novo no ar, como um aviãozinho de papel. 

Suspendemos o tempo para experimentar o tempo das árvores. 

Nos tornamos híbridos.

FICHA TÉCNICA

Concepção e Direção: Cia Damas em Trânsito e os Bucaneiros - Alex Ratton Sanchez, Laila Padovan, Ciro Godoy e Clara Gouvêa

Artistas convidades: Sumiko Arimori, Cilô Lacava, José Yamin Risk, Stela Alves, Maju Kaiser, Victor Isidro (Vicc), David Nery, Ana Beatriz Gomes Silva, Joana Navarro, Pedro Padovan Crochik, Olga Dojcsar e Tito Souto Godoy.

Direção musical: Gregory Slivar

Concepção da trilha sonora: Gregory Slivar e Cia Damas em Trânsito e os Bucaneiros

Músico convidado: Felipe Siles

Figurinista: Silvana Marcondes

Designer Gráfico: Fernando Sciarra

Assessoria de imprensa: Lu Cassas

Mídias sociais: Larissa Salgado

Fotógrafa: Victoria Cavalcante

Contra-regra: Ana Mi

Assistente de produção: Raissa Bagano

Produção: Lívia Império – Naru Produções

 

Oficina “O corpo como partitura” (para adultos até 60 anos): Maristela Estrela

Oficina “Encontro corpo dança com crianças” (para crianças): Uxa Xavier

Oficina “Povo Preto e Cidade”: Felipe Cirilo

Oficina “No ENTRE de cuidados” (para adultos acima de 50 anos): Cilô Lacava

Oficina “Poéticas do mover” (para adolescentes): Maju Kaiser 

Roda de conversa 1 – “Conversas plurais, diálogos entre corpo e cidade”: Ierê Papá, Eugênio Lima e Estela Lapponi

Roda de conversa 2 – “Conversas plurais, diálogos entre corpo e cidade": Uxa Xavier, Marina Guzzo e Mariana Vaz

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